domingo, 12 de setembro de 2010

Retoque na Beleza

Para a olheira nossa de cada dia, cicatrizes fora de lugar ou espinhas muito mal localizadas a indicação mais básica e simples é a boa e velha maquiagem. E entre o arsenal de produtos, os corretivos surgem para resolver qualquer

problema. Entretanto, antes de sacar o produto da bolsa, lembre-se que ele é uma faca de dois gumes - ele tanto pode apagar os indesejáveis círculos negros ao redor dos olhos, como também acentuar ainda mais as marcas ao redor dos olhos. Não faltam controvérsias se ele deve estar sob a base ou por cima dela, se reles mortais conseguem fazer bom uso dos cosméticos com cor e até mesmo se o corretivo é necessário e a boa base não pode suprir

todas as necessidades, mas que corrigir imperfeições é fundamental.... ah, isso é!

Adquirindo uma solução

Posta a polêmica, é bom dizer que cada caso é diferente. E que o primeiro passo para a boa aplicação é a escolha certa da cor e da textura. O maquiador Saulo Fonseca, da Agência de Make UpMolinos & Trein, afirma que o grande problema da escolha da cor está no número reduzido de tonalidades disponibilizadas pela maioria das marcas. "Somos um povo muito miscigenado e a quantidade de tons de pele é incrível. Nem todas as marcas produzem colorações suficientes, é preciso procurar. Além disso, temos muito sol e muitas mulheres tem uma cor no verão, outra no inverno. Para elas, é bom comprar dois produtos", indica. No caso do corretivo fica inviável, mas para quem vai tentar usar a base para corrigir, Saulo tem uma boa dica: "Na maioria das vezes são oferecidos três tons: claro, médio e escuro. Se você está acima do claro e abaixo do escuro, mas o médio não serve, é possível misturar." O único cuidado - além de ir testando as proporções aos poucos! - é usar produtos da mesma marca e textura.

“É importante experimentar na loja porque no frasco o produto está concentrado. Às vezes a cor que você considera escura no vidro vai ser a ideal”

Para adquirir o produto ideal, o primeiro passo é escolher uma loja bem iluminada. Na hora de comprar base e também corretivos, muita gente erra ao testar a cor nas costas da mão, na opinião de Saulo. Ele observa que o rosto, pelo uso de protetores solares e hidratantes, costuma ser mais claro que o corpo. Para não acabar com uma máscara num tom diferente da sua pele, ele sugere que se teste os produtos no pescoço e no colo. "É importante experimentar na loja porque no frasco o produto está concentrado. Às vezes a cor que você considera escura no vidro vai ser a ideal", exemplifica. A maquiadora da marca de maquiagens Wet n'Wild, Rosângela Bazalia, afirma que, apesar de o corretivo sempre servir para clarear manchas ou olheiras, ele não deve ser mais claro que a pele. Os maquiadores admitem que não é nada fácil encontrar corretivos para peles negras no Brasil, mas algumas marcas já começaram a lançar esses produtos por aqui.

Texturas e aplicações

Os produtos vêm em várias apresentações, das mais líquidas aos bastões. A escolha tem a ver com a qualidade da pele e dos problemas a serem corrigidos. Rosângela afirma que os mais líquidos são ideais para peles que não exigem grandes coberturas - ele acaba servindo como uma espécie de base, sendo aplicado no local com pequenas batidinhas. O bastão, em sua opinião, tem a praticidade de não sujar as mãos, porque ele traz em si o mecanismo de aplicação e é perfeito para peles normais ou secas e que precisem de mais cobertura. Para quem pretende tampar espinhas, a maquiadora sugere produtos secativos, mais indicados para esses casos. "Se o produto não for específico para isso, você pode piorar a situação da pele", alerta.

Saulo Fonseca lembra que, apesar de peles menos marcadas dispensarem o uso de base, o pó - não o compacto, mas o facial, fino e soltinho - é indispensável para o acabamento do corretivo líquido: "É bom evitar o pó compacto porque ele gera aquela aparência pesada. O pó facial dá efeito mais natural". De acordo com ele, também há diferenças de brilho e opacidade em cada produto. Para peles mais secas, pode ser melhor um produto com um pouco mais de brilho e, consequentemente, óleo, por ter qualidade hidratante.

O maquiador desmente a idéia de que quanto mais passam os anos, mais maquiagem é necessária. Ele também indica corretivos mais líquidos para mulheres mais velhas, que já apresentam ruguinhas, marcas de expressão e que costumam ter olheiras mais profundas. "Para quem está mais velha, o menos é sempre mais. É melhor deixar aparecer um pouquinho de olheira do que acentuar muito as marcas de expressão com a maquiagem. Os produtos mais fluidos vão deixar efeito mais natural", assegura.

O que vem primeiro: o corretivo ou a base?

Antes de decidir o que vem primeiro, vamos repetir que cada caso é um caso - e que para cada caso pode haver diferentes opiniões. Para Saulo Fonseca o "óbvio" é usar inicialmente a base - até o nome indicaria que ela vem primeiro - e depois o corretivo, que daria conta apenas dos detalhes que a base não pôde resolver. "Se você aplica primeiramente o corretivo, na hora de passar a base ela vai removê-lo", defende o maquiador, que quando usa base busca um corretivo um pouquinho mais claro.

Já Rosângela usa primeiro corretivo, depois base. Entre os dois, poderíamos dizer, está Kleyson Peres, maquiador do Walter's Coiffeur, no Rio de Janeirol, que varia a aplicação de acordo com a ocasião: "Para eventos, eu costumo usar corretivo, base e pó, nesta ordem. Se a pele for mais jovem, começo pela base e vejo se é preciso corretivo. Já no caso de pessoas mais velhas, uso primeiro o corretivo e só depois a base - e bem fluida, para não acentuar as marcas", explica. Para o dia-a-dia, Kleyson indica corretivos menos oleosos e uma camada leve de pó. Ou ainda melhor, os duo-base: "Esses produtos cumprem a função de corretivo e pó ao mesmo tempo e eu os considero ideais para o cotidiano. Eles vêm com o aplicador, e é só ir espalhando", ensina ele que dá como opção os bastões, apesar de darem efeito um pouco grosso e precisarem de pó para finalizar.

Cores

Os tons pele não são os únicos encontrados quando a assunto é corretivo. E esse é mais um ponto de atrito no que diz respeito a esse controverso produto de maquiagem! Saulo Fonseca não gosta dos corretivos que não são cor de pele - diz que não costuma usar e, até por isso, não recomenda: "Pessoalmente eu acho uma bobagem. É sempre arriscado ficar pesado". Kleyson acredita que hoje há muitas possibilidades de resolver os problemas com apenas os produtos com tons de pele. No entanto, em último caso, as cores podem ser úteis. Ele explica que o verde é indicado para olheiras muito roxas. Já os tons alaranjados servem para disfarçar espinhas avermelhadas - e parece ser o preferido do maquiador entre as cores que fogem da pele. Agora, o amarelo ele realmente dispensa: "Essa cor é indicada para cobrir linhas de expressão, mas o resultado é ruim", opina.

E lembre-se!

Independentemente da quantidade de correções que você for fazer, é bom lembrar que maquiagem é maquiagem e que limpar e tonificar a pele é fundamental. E, como enfatiza Kleyson, não é apenas para antes da produção. Por mais cansada que você esteja depois da festa, tire forças de algum lugar para remover todos os produtos da sua pele.

E para terminar, uma última dica: 20 minutos de compressa gelada reduzem olheiras e, claro, facilitam o uso do corretivo.

Beijinhos, a garota do blog =)